domingo, 13 de dezembro de 2009

Conheça o cambucá-rugoso, novidade do Espírito Santo




Ilustração botânica de Plinia renatiana, publicada em sua descrição original (1991)


O gênero Plinia é conhecido dos apreciadores de frutas brasileiras por abrigar os saborosos cambucá (P. edulis) e guaburiti (P. rivularis). A respeito de ambos já tratamos aqui neste espaço (vide os posts dos dias 09 e 11/06/2008 e 07/12/2008, respectivamente).
Mas o que poucos sabem é que existem cerca de 40 outras espécies congêneres. São todas nativas da Região Neotropical, ocorrendo desde o Sul do Brasil e Peru até as Índias Ocidentais e Cuba, além da América Central (Panamá, Costa Rica, Nicarágua e Belize). Particularmente, a região da Mata Atlântica é muito rica em plínias, quase todas ainda desconhecidas sob condições de cultivo.
Hoje falaremos de uma delas, originária da chamada "Hiléia Baiana" (região florestal que abrange o nordeste do Espírito Santo e Sudeste da Bahia). Esta formação compreende extensas planícies, com altitude em torno dos 30 m, que lamentavelmente vêm sendo dizimadas para o plantio de eucalipto.
A eleita para o texto de hoje foi descrita por duas damas da botânica brasileira: a saudosa Dra. Graziela Maciel Barroso e a Dra. Ariane Luna Peixoto [Barroso, G. M. & A. L. Peixoto. 1991. Novas espécies para o gênero Plinia (Myrtaceae). Atas da Sociedade Botânica do Brasil, 3(12): 97-102]. Na publicação original, as autoras destacam que suas características florais a aproximam de P. rivularis, nosso conhecido guaburiti. Seu nome de batismo foi dado em homenagem ao engenheiro agrônomo Renato Moraes de Jesus, que proporcionou exemplares para o estudo.
Plinia renatiana é uma árvore média, atingindo pouco mais de 10 m de altura na Natureza e dotada de tronco com casca esfoliante (como a de uma goiabeira). Suas folhas são médias a grandes (10-14 cm de comprimento x 4-5 cm de largura), verde-escuras, brilhantes e lisas em sua face superior. Os frutos são relativamente grandes (aproximadamente 4 cm de diâmetro), de casca amarelada e com superfície bastante rugosa ("densamente glandulosa", no vocabulário técnico). Por ocasião da maturação tomam a aparência de um "cambucá-rugoso", daí o epíteto vulgar.
Infelizmente, não tive a oportunidade de testar frutos em boas condições de conservação. Mas, a julgar pelos comentários das pessoas, possuem bom sabor. Opinião idêntica têm os animais silvestres, que com os cambucás-rugosos se fartam.
No próximo post, publicaremos as imagens das viçosas mudas desta espécie produzidas aqui no E-jardim.
Até breve!

2 comentários:

dea mãe disse...

Estou de olho no que deve ter trazido do PARÁ.Dependendo do que,sou a primeira da fila

Eduardo Jardim disse...

Ok, Dea, aguarde as novidades paraenses no BLOG...