segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Cambucá-preto, bela arvoreta da Mata Atlântica

A folhagem jovem do cambucá-preto, de coloração ferrugínea e aveludada, contrasta fortemente com o tom verde-escuro das folhas maduras, produzindo um belo efeito visual





Folhas novas (acima e ao lado) vistas em detalhe, exibindo as características que as tornam tão ornamentais. Experimente clicar nas imagens para ampliá-las













O cambucá-preto ganhou fama através das páginas do "Dicionário das Plantas Úteis do Brasil", obra escrita por M. Pio Corrêa, da qual já falamos anteriormente (vide post do dia 11/06/2008). O velho naturalista assim anotou em um pequeno verbete: "Árvore pequena, apenas alcançando 3 m de altura; folhas opostas, longo-pecioladas, oblongo-ovadas, ferrugíneo-aveludadas, discolores, coriáceas até 10 cm de comprimento e 5 cm de largura; flores sésseis, brancas, de 4 sépalas e 4 pétalas, dispostas em racemos; fruto baga vermelho-escura, contendo 1 semente envolta em polpa avermelhada, comestível, ligeiramente ácida. Vegeta na restinga do Rio de Janeiro."

Àquela época, na primeira metade do século XX, a espécie era conhecida pelo nome científico de Eugenia velutina Berg, referência explícita ao verso da folha e aos ramos e folhas novas, de textura macia, agradabilíssima ao toque tal qual veludo. Posteriormente, verificou-se que a mesma planta já tinha um nome mais antigo (e portanto com prioridade sobre o anterior): Eugenia macrosperma De Candolle, alusão ao tamanho da semente (do latim macro = grande + sperma = semente).

Não importa a denominação que se empregue, o fato é que a escolhida para o texto de hoje possui atributos que a qualificam com louvor para composições paisagísticas. A começar pelo seu porte, pequeno, esguio e de copa cheia. Em seguida, vem o fenômeno das brotações ferrugíneas sobre a folhagem verde. Para completar, ainda produz um fruto para lá de interessante, negro em seu exterior, porém exsudando um sumo cor de rubi. Sucos ou geléias preparadas com o cambucá-preto adquirem, por este motivo, esta bela tonalidade.

Neste momento, Eugenia macrosperma prepara-se para lançar as primeiras flores. Para não deixar o leitor na saudade, aqui vai o link da espécie em nosso site, onde aparecem imagens dos frutos, além das usuais dicas de cultivo:

http://www.e-jardim.com/produto_completo.asp?IDProduto=64

Forte abraço!

3 comentários:

anestor.mezzomo@gmail.com disse...

É parecida com a que eu classifiquei como Calyptranthes tricona. Veja as fotos em http://picasaweb.google.com.br/lh/view?q=Calyptranthes%20tricona&uname=Amezzomo2002&psc=G&filter=0#

Eduardo Jardim disse...

Muito bonito esta espécie de Calyptranthes de seu álbum. Pelo que pude perceber, o verso das folhas também é velutino. De onde ele é nativo, de florestas ou restingas?

Alex Franco disse...

Caro Eduardo,
Tem algumas arvores de grande porte que estão floridas aqui em Vinhedo...ela perdeu as folhas e as flores sao roxas mas não é ipe,eu acho...vc tem ideia de qual seria essa arvore que floresce essa epoca?
Valeu ae...meu fruto do sabia esta dando frutinhas ainda...
abs