quarta-feira, 24 de junho de 2009

Billbergia iridifolia, uma jóia do Espírito Santo


No início dos anos 90 do século XX, eu costumava percorrer lojas de livros usados (os chamados "sebos") à procura de boa literatura. Minha seção favorita era a de história natural, particularmente botânica. Foi assim que achei os volumes originais do "Dicionário das Plantas Úteis do Brasil", de Manuel Pio Corrêa, entre outras preciosidades.
Em uma dessas buscas deparei-me com um livro de capa dura azul, publicado em 1945, trazendo o curioso título de "Brazil: Orchid of the Tropics". Versava sobre as peripécias de um casal de americanos, Mulford Bateman Foster e Racine Sarasy Foster, coletando plantas (principalmente bromélias) no Brasil, entre 1939 e 1940. Mais: a publicação ostentava cerca de 150 fotos (a maioria em preto-e-branco) tiradas pelos autores durante sua trajetória.
Desnecessário dizer que a adquiri de imediato, e logo pus-me a devorá-la. Fiquei encantado com o mundo novo que o casal Foster me revelava, em palavras e imagens, de plantas espetaculares que eu jamais imaginava existir nas florestas e campos do meu próprio país.
Em mais de 45 capítulos curtos, os autores discorrem sobre diferentes ecossistemas nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso. Colheram, neste percurso, muito mais espécies novas de bromélias que qualquer outro coletor antes deles - aí incluídos nomes sagrados como os de Glaziou, Ule, Riedel, Dusén, Gardner e Burchell, além do próprio Martius (em cuja viagem, de 1817 a 1821, foram descobertas 39 novas espécies de Bromeliaceae).
O entusiasmo que os autores passam em sua narrativa contagia qualquer leitor com afinidade por plantas. Basta dizer que Mulford, um dos primeiros arquitetos-paisagistas da Flórida, fundou em meados do século XX a "Bromeliad Society International", e é considerado o "pai das bromélias" na horticultura moderna. Além das últimas, os Fosters dedicaram especial atenção aos Hippeastrum (açucenas), gesneriáceas (Sinningia e gêneros próximos), cactáceas epífitas (Rhipsalis, Hatiora e outras), e em menor profundidade às orquídeas e palmeiras.
No capítulo "Espírito Santo, State of the Holy Ghost", mencionam o encontro nos arredores de Cachoeiro do Itapemirim de doze espécies de bromélias, entre elas "a lovely new variety of Billbergia, B. iridifolia var. concolor". Embora tivesse sido descoberta pelo Príncipe Wied-Neuwied e descrita pelos botânicos Nees e Martius em 1823, esta espécie era antes dos Fosters desconhecida em cultivo.
Foi uma grata surpresa deparar-me, no início de 2007, com esta jóia botânica nas florestas do baixo Rio Doce, em Linhares (ES). Apresento aos leitores as vibrantes cores situadas entre o rosa-choque e o vermelho das brácteas desta belíssima espécie.
Forte abraço!

Um comentário:

Anônimo disse...

eu tenho pe de jabuticaba, ja faz 3anos nao deu frto poque?ele esta platado num vaso grande que eu mudei agora porum maior ,pr tem um metro e pouco se tamanho,folhas estao bem viva bonita mais ainda nao deu fruto, minha prima do enterior,pe dela da jabuticaba o ano inteiro carregado e docinha o que eu faço,estou quase abando nado ele comprando outro como fico sabendo se ele eanã mesmo me ajuda ?