terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Na terra da jabuticaba-branca (parte 3) - Final

Passando antes por meia dúzia de olarias, sempre associadas ao desmatamento, chegamos finalmente a uma pequena mata em processo de degradação. Das árvores maiores só se viam os troncos decepados, e pilhas de madeira pronta para ser transformada em carvão. A foto que abre o post do dia 18/01 ilustra bem o fato.

No interior dessa matinha, havia duas jabuticabeiras produtoras de frutos que nunca ficam escuros, mesmo na plena maturação. A impressão das nervuras, tamanho e formato das folhas, além do porte reduzido e coloração marrom-acinzentada do tronco não deixavam dúvidas quanto à sua identidade: Myrciaria aureana, a verdadeira jabuticaba-branca.

Alguns moradores mais antigos nos relataram que ocasionalmente andavam pela mata para colher seus saborosos frutos. Porém as novas gerações, acostumadas às "facilidades" da vida moderna, não demonstram o menor interesse pelas "frutas do mato".

O mesmo se repete em outros locais onde já encontramos a jabuticaba-branca em estado silvestre. Muito raramente algum lavrador a cultiva em quintais. Só mesmo algum teimoso ou saudosista do tempo em que a Mata Atlâtica andava menos debilitada.

É a triste situação da jabuticabeira-branca. Não fosse pela abnegação de valorosos horticultores, espalhados por esse imenso país e alcunhados de "colecionadores de frutas", Myrciaria aureana já teria se juntado a tantas outras espécies já extintas.

Forte abraço!

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